Polícia Civil do RJ e MPRJ vão a MG para tentar prender ladrões de petróleo bruto em dutos da Transpetro
02/07/2025
(Foto: Reprodução) A força-tarefa saiu para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Além Paraíba (MG), na Zona da Mata mineira, e em endereços no RJ. Polícia Civil do RJ e MPRJ tentam prender ladrões de petróleo bruto em dutos
A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quarta-feira (2) a Operação Infractio, contra uma organização criminosa especializada no furto de petróleo bruto diretamente de dutos da Transpetro.
Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 3 mandados de prisão preventiva:
Franz Dias Costa: já estava encarcerado;
Márcio Pereira Gabry: foi preso nesta quarta em Além Paraíba (MG), na Zona da Mata mineira;
Mauro Pereira Gabry: já é considerado foragido.
As equipes ainda cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em MG e no RJ. O g1 ainda não conseguiu contato com a defesa dos investigados.
‘Atuação persistente’
Segundo as investigações, os irmãos Gabry “atuavam de forma estruturada e persistente ao longo dos últimos anos”, apesar de diversas operações policiais — a mais recente tinha sido a Ouro Negro, em fevereiro.
A investigação partiu da tentativa de furto de petróleo bruto na região de Rio das Flores, em agosto do ano passado. A polícia descobriu um túnel de 7 metros de extensão, projetado para acessar clandestinamente a tubulação.
“A perfuração do duto foi identificada num local próximo ao Rio Paraíba do Sul. Então, se houvesse um vazamento, estaríamos diante de uma das maiores tragédias ambientais do país”, afirmou o delegado Pedro Brasil, da DDSD.
“Petróleo bruto tem um valor de mercado alto. Existe muito interesse de usinas de asfalto, de fábricas de borracha, de cerâmica, porque ele é utilizado como matéria-prima para produção de diversos produtos”, emendou.
O grupo utilizava veículos alugados em nome de terceiros, movimentava recursos por meio de contas bancárias de laranjas e adotava comunicações criptografadas para dificultar a identificação dos responsáveis.
“Os investigados já tinham sido alvos de outras 5 operações anteriores, o que demonstra a reincidência e o desprezo às medidas cautelares anteriormente impostas pelo Poder Judiciário”, destacou.
Ainda de acordo com a polícia, o bando chefiado pelos Gabry agia também fora do RJ, furtando petróleo na Bahia, no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Procurada, a Transpetro disse que a maior preocupação é a preservação da vida e da segurança das pessoas e do meio ambiente e que, para reduzir o crime de furto de petróleo e derivados, adota uma estratégia focada em três ações:
A utilização de uma tecnologia de ponta realizada pelo Centro Nacional de Controle e Logística (CNCL) da Transpetro, que permite a rápida localização de derivações clandestinas.
Trabalho de relacionamento comunitário focado na conscientização com a população que vive no entorno dos ativos, o qual inclui a divulgação do número 168, um canal de comunicação direta entre a Transpetro e a população.
Além dos convênios com órgãos de segurança pública.
Policiais civis cumprem mandado na Operação Infractio
Reprodução/TV Globo