Polícia interdita três lojas de carros suspeitas de funcionar como 'vitrine' para golpes
13/06/2025
(Foto: Reprodução) Agentes prenderam, em flagrante, Deividson Pereira Rocha, e apreenderam 15 veículos. Polícia interdita três lojas de carros suspeitas de funcionar como 'vitrine' para golpes
A Polícia Civil prendeu, na última quinta-feira (12), Deividson Pereira Rocha, acusado de aplicar golpes, se passando por um vendedor de carros usados. Três estabelecimentos foram interditados na avenida Dom Helder Câmara, na Zona Norte do Rio, e 15 automóveis foram apreendidos.
Um homem deixou seu carro na loja para venda há oito meses e nunca recebeu o dinheiro nem o carro de volta. Há duas semanas, Daniel viu seu veículo desparecido transitando em plena linha vermelha, na altura da maré. Ele voltou à 24ª DP (Piedade) para contar o caso, já que tinha registrado a ocorrência lá. O RJ2 mostrou esse caso e desde então as denúncias explodiram.
Na operação, os agentes não tinham mandado de prisão contra o acusado dos golpes, mas Rocha foi pego em flagrante. Segundo a Delegada Kelly Goulart, ele tinha contratado um motoboy para retirar os autos de interdição e entrar no local para buscar os veículos. Ele tentou fugir quando viu os policiais, mas foi alcançado.
A delegada Kelly Goulart descreveu o empreendimento como uma vitrine do crime.
“Eles praticavam golpes em todas as pessoas. Nos compradores dos veículos, bem como nos vendedores dos veículos. Quem comprava o veículo não recebia o produto e quem deixava o veículo lá em consignação, além de não receber o valor do bem, eles desapareciam com o veículo”, disse Kelly Goulart.
Na tarde dessa sexta-feira (13), Rocha foi transferido para a Polinter. Segundo as investigações, ele tem um longo histórico de crimes. Ele já respondia por 36 anotações criminais em São Paulo, sendo 25 referentes à estelionato.
“As pessoas que foram vítimas dele, muitas vezes nem sabem que ele se chama Deividson”, contou a delegada. “Ele já usou o nome de Sandro, de Davi, dentre outros. Até dentro da loja. Os funcionários vieram até aqui e cada funcionário falava um nome diferente”.
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Polícia interdita três lojas de carros suspeitas de funcionar como 'vitrine' para golpes
Reprodução TV Globo
As investigações continuam. A polícia ainda não sabe quantos crimes Rocha cometeu aqui no Rio. A Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico de 5 celulares dele e determinou o bloqueio de suas contas bancárias. A polícia ainda investiga quantos crimes Rocha cometeu aqui no Rio, mas suspeita que ele tenha outras lojas na Zona Norte e em Mesquita e Caxias, na Baixada Fluminense.
"Várias vítimas já procuraram a delegacia, entre eles o supervisor de operações Daniel Longui Loureiro. Ele conta que tinha repassado o carro para a agência para ser revendido há oito meses, mas não foi pago. Nesta quinta-feira (13), Daniel viu seu carro sendo dirigido na Linha Vermelha.
"Por isso se deduz que meu carro tenha sido vendido pra essa pessoa que estava dirigindo", conta ele, que mesmo assim não tinha recebido o dinheiro. "Fico preocupado, o carro está no meu nome ainda, a pessoa também não fez transferência de propriedade. Se tiver um crime ou alguma multa vai estar no meu nome", lamentou.
Nesta sexta, ele finalmente recuperou o veículo. "Gente, não tô acreditando! É meu carro! Jesus, tô até tremendo!", disse Daniel, após rever o carro nesta sexta na Delegacia da Piedade.
Veículo desparecido é visto transitando em plena linha vermelha, na altura da Maré
Reprodução TV Globo
Outro que esteve na delegacia foi o técnico mecânico industrial Francisco Francimar Almeida. Ele disse que anunciou o carro na Internet e a loja o informou que tinha comprador certo.
"Eu estava acreditando que eles iam me pagar o carro, estava dando um tempo, até que aconteceu isso a [a prisão de Deividson]. Eu ja estava decidido a pegar o carro [na loja] quando a delegacia me ligou falando que o carro estava aqui. Mas eu estava acreditando até o último momento", explicou.