Torcida Jovem Fla volta a ser suspensa, 2 semanas após retornar aos estádios
16/09/2025
(Foto: Reprodução) No dia em que voltou a poder ir a estádios, a Torcida Jovem Fla invadiu trilho da Supervia e provocou a paralisação do trem
Reprodução/Redes sociais
O Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos suspendeu nesta terça-feira (16) a entrada da Torcida Jovem Fla de qualquer evento esportivo por dois anos.
A suspensão se dá duas semanas após o retorno da torcida organizada aos estádios após três anos afastada por episódios de violência.
A pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ), a juíza Renata Guarino deixou de homologar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que a torcida rubro-negra tinha firmado em 28 de agosto com o MP e o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) para que seus membros e associados voltassem a comparecer aos eventos esportivos.
O objetivo do TAC era estabelecer compromissos de comportamento e regras para o retorno gradativo da torcida aos estádios, mas segundo o MP novos relatórios do Bepe registraram "reiterados episódios de violência e crimes". Foram relatados:
invasões em estações da Supervia e em coletivos;
tumultos e agressões físicas em vias públicas;
roubos no interior do Maracanã;
agressões a torcedores rivais, com ocorrências registradas no Maracanã, em Copacabana, Niterói e Cidade de Deus.
"Sem medo de ser repetitiva, passados dez anos, são reportados fatos semelhantes aos outrora registrados e que justificaram a propositura da presente ação civil pública em 2015”, concluiu a juíza, citando a data do início da ação civil pública contra a Jovem Fla.
Em nota, o advogado da Torcida Jovem do Flamengo, Clhysthom Thayllon, afirmou que a decisão mostra a perseguição sofrida pela organizada ao longo dos anos. Ele disse ainda que a TJF sempre tenta ajudar o Bepe para conter atos de vandalismo (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).
MP analisará organizadas de Vasco e Botafogo
O pedido à Justiça foi feito pelo MPRJ, por meio do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ) e da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte.
A Justiça também determinou o envio de ofícios do Bepe sobre casos recentes que relataram morte e lesões graves envolvendo as torcidas Força Jovem do Vasco e Fúria e Jovem do Botafogo, para análise do MPRJ nos procedimentos firmados com essas agremiações.
Duas semanas, vários incidentes
Vídeo mostra homem atirando em confusão de torcedores no Rio
A organizada tinha sido autorizada a voltar aos estádios no dia 31 de julho, após 5 anos fora de qualquer evento esportivo.
Em duas semanas, como citou a juíza, houve vários incidentes em que a torcida estava presente ou é investigada.
Um deles é a morte de um torcedor vascaíno durante uma briga. Segundo as primeiras informações, ainda em investigação, a confusão começou após uma emboscada de integrantes da Jovem Fla contra a Força Jovem do Vasco que se preparavam para ver jogo do clube contra o Botafogo.
Torcedores com camisa de organizada do Flamengo agridem homens em bar
Reprodução
No dia da volta da torcida ao Maracanã, torcedores da organizada invadiram os trilhos da Supervia e provocaram a paralisação dos trens; andaram no teto de ônibus na Ponte Rio-Niterói e agrediram torcedores com a camisa da Jovem Fla a vascaínos em um bar em Copacabana.
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Torcedores do Flamengo atravessam a Ponte Rio-Niterói no teto de dois ônibus
Reprodução/Redes Sociais
O que diz a Torcida Jovem Fla
"Durante o ano inteiro fora diversas reuniões com o BEPE com intuito de ajudar a solucionar transtornos e demais situações que fosse prejudicial ao g.r.c. Torcida jovem do Flamengo. Assinamos o TAC e seguimos todas as exigências determinadas.
No dia 31 de agosto quando retornamos ao estádio algumas situações ocorreram porém nada fora do norma e a diretoria da torcida conseguiu verificar e ajudar ao BEPE quem praticou atos de vandalismo contudo mesmo cumprindo todas obrigações foi solicitado pelo BEPE a suspensão de 30 dias.
Foi aberto vista ao MP para dar um parecer e o mesmo se manifestou pedindo suspensão de 60 dias. Entretanto, sem direito de defesa, saiu a decisão logo após com a decisão de suspensão de 2 anos"