Unimed Ferj diz que pacientes da Oncoclínicas podem voltar a fazer tratamento de câncer na rede
18/09/2025
(Foto: Reprodução) A Unimed Ferj informou nesta quarta-feira (17) que os pacientes que faziam tratamento de câncer na Oncoclínicas podem voltar a ser atendidos pela rede, sem restrições.
A medida cumpre determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que exigiu providências imediatas para garantir a continuidade da assistência.
Segundo a operadora, a Oncoclínicas continua credenciada e o fluxo de autorização dos procedimentos seguirá o padrão já adotado entre clínicas e planos de saúde: dentro das questões operacionais, as duas partes analisam a autorização ou não do tratamento na rede.
Procurada, a Oncoclínicas não quis se posicionar.
As exigências da ANS
Na segunda-feira (15), a ANS se reuniu com representantes da Unimed Ferj e da Unimed do Brasil e cobrou medidas efetivas para normalizar o atendimento oncológico:
comunicação clara com os pacientes;
criação de um canal exclusivo de atendimento ainda nesta semana;
resolução, até sexta-feira (19), dos problemas relacionados ao acesso ao tratamento.
A agência também instaurou um regime de direção técnica na operadora, que permite monitoramento presencial por um agente externo. O mecanismo não é uma intervenção, mas prevê acompanhamento diário de informações e definição de metas a serem cumpridas por até 365 dias.
Canal exclusivo e estrutura própria
A Unimed Ferj anunciou que desde terça-feira (16) está disponível o telefone 4000-2903 para pacientes oncológicos.
A operadora disse ainda que o Espaço Cuidar Bem, em Botafogo, permanece como opção de tratamento na Região Metropolitana do Rio e que conta com equipe suficiente para acolher e orientar os beneficiários.
Dívida e impasse de dois meses
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Na semana passada, a Oncoclínicas informou que a dívida da Unimed Ferj com a rede é de cerca de R$ 790 milhões. O valor, segundo a empresa, será quitado em 94 parcelas não lineares, adequadas à capacidade financeira da operadora.
Desde agosto, pacientes relataram dificuldades na continuidade dos tratamentos, após a informação de que não seriam mais atendidos na Oncoclínicas.
No início de setembro, a ANS determinou que a Unimed corrigisse a informação de descredenciamento da rede e exigiu medidas emergenciais.
A Oncoclínicas então retomou o atendimento temporário aos pacientes que não foram transferidos em 8 de setembro, por dois meses, com possibilidade de prorrogação, mediante pagamento semanal antecipado.
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